quarta-feira, 3 de março de 2010


'Sobreviver no BBB não significa conquistar prêmios ou bens durante a estadia na casa com o intuito de bem aplicá-los ou de oferecer a entes queridos maiores confortos. A idéia do compartilhar se confronta diretamente com o grau de egoísmo que os participantes do programa carregam consigo, ao ponto de não pensarem em pais, mães, irmãos e irmãs quando se expõem de forma violenta às câmeras, exibindo sua 'carne' para os telespectadores em troca de favores, ou seja, de votos que façam com que sua ganância por um milhão de reais e outros prêmios continue possível. Ironicamente, os próprios parentes, daqueles mais explícitos, costumam se iludir com as câmeras da emissora e as promessas de trabalhos futuros para seus entes. É a sociedade da ilusão, das promessas e da imagem, em detrimento do trabalho e dos valores morais e éticos.
Quanto ao mito da ignorância intelectual daqueles que assistem o BBB, com certeza é uma falácia dizer que eles tiram notas mais baixas ou têm os piores salários ou estudam em instituições de ensino menos prestigiadas. A inteligência não está associada ao fato de se assistir ou não o programa, apesar de ser comprovado que o interesse por conteúdos educativos estimula a capacidade raciocínio dos indivíduos. Podemos, sim, falar em ignorância explícita com fortes indicativos de vazio moral e ético - mesmo sendo boa parte da audiência composta por jovens de classe média e alta. Qualquer visita a fóruns de internet sobre o Big Brother Brasil deixará quaisquer pais, psicólogos, psicanalistas e psiquiatras estarrecidos com o grau de violência nas palavras dos jovens, que fazem dos participantes réus condenados às piores avacalhações. E chegamos a outra questão importante: os erros dos outros adiam ou simplesmente atrofiam a nossa percepção quanto aos nossos problemas.
Assistir à fórmula saturada do BBB de mulheres peladas na piscina e no chuveiro faz com que os jovens adentrem à ilusão fantasiosa da sociedade midiática, na qual não basta ser ou namorar alguém, mas o importante é sim se relacionar com aquele ou aquela que tem aquilo que despertam nos outros interesse. Naqueles instantes do programa, até mesmo aquela modelo do corpo escultural parece acessível a todos e por ela todos estão lutando; tanto os de fora como os de dentro. A televisão é um mundo que todos cobiçam e o mundo exterior, das experiências reais, algo distante preterido pela conveniência da televisão e da internet. A sociedade vigiada atrofia as reflexões, os questionamentos e o livre-pensar, em prol da mediocridade daquilo que pode se ver e parecer ser. O BBB é o caminho mais curto para o egoísmo, a vaidade e a desmoralização dos indivíduos.

Um comentário:

Patrícia Sousa disse...

concordo com vcem numero genero e grau!!!!....esse texto está muito bom!!!....me add no orkut!! vc tem msn? pode me mandar por email!!
bjss